Informática para o Letramento e a Educação Universais
Espaços de atuação atuais: Este projeto tem espaço para candidates interessades na investigação e no desenvolvimento de software livre e de hardware de baixo custo de apoio à Educação Pública de qualidade em todos os seus níveis (Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Ensino Superior) e tipos (Educação Regular, Educação Especial, Educação de Adolescentes, Educação de Jovens e Adultos, Educação Popular, Educação de educadores, entre outros).
Sobre o projeto: Este projeto tem por objetivo principal o desenvolvimento de ambientes inclusivos capazes de atender às necessidades específicas das diferentes comunidades socialmente excluídas no Brasil.
O projeto vem investigando aplicações colaborativas e metodologias de letramento tendo, como motivação principal, o apoio ao letramento universal, juntamente com o desenvolvimento das minorias tradicionalmente alijadas do ensino e da aprendizagem plenos.
Como é possível notar, este projeto é parcialmente congruente com os projetos pela justiça social e em prol da interação em Libras e, como o título indica, vem se apropriando da tecnologia não como uma necessidade de sobrevivência neste cenário neoliberal mas, sim, como instrumento para o bem social de apoio ao letramento e à educação universais, com focos principais, até o presente momento, no letramento de crianças Surdas e de crianças e jovens com cegueira.
As bases teóricas principais deste projeto incluem a teoria dos gêneros do discurso de Mikhail Bakhtin; o caráter coletivo da aprendizagem, a indissolubilidade e o caminho de mão dupla do binômio ensino-aprendizagem, o letramento socialmente situado e os conceitos de pensamento e linguagem de Lev Semyonovich Vygotsky; toda a obra de Paulo Freire; a pedagogia do trabalho e a popularização da educação de Celestine Freinet e o Método de Letramento pela Via Direta (em oposição à alfabetização oralista) de Jean Foucambert, pedagogo francês e único co-criador do Método vivo.
Neste eixo, a mestre Ludmilla Galvão desenvolveu uma metodologia de concepção de jogos intitulada CAJEDUS (CriAção de Jogos para a EDUcação de crianças Surdas) que visa auxiliar os desenvolvedores de jogos com pouco ou nenhum conhecimento sobre a cultura Surda. A CAJEDUS foi avaliada com desenvolvedores e pode-se averiguar seu potencial como ferramenta de conscientização e de estímulo à criatividade, assim como aperfeiçoá-la a partir do retorno obtido. Cabe destacar que a CAJEDUS é uma metodologia transdisciplinar, ou seja, cuja construção envolveu, simultaneamente e de maneira integrada, conhecimentos da Educação Infantil, da Educação Infantil Bilíngue, da Interação Humano Computador, da Informática na Educação e de Design de Jogos. Após ter construído este conhecimento que não pode ser caracterizado em seu todo como pertencente a nenhuma das três áreas envolvidas, é possível afirmar que este é o aspecto diferencial em relação a outros trabalhos disponíveis e, também a sua principal contribuição científica. Agora, em seu doutorado, Ludmilla estuda a integração da criança Surda, do professor da Educação Bilíngue e do desenvolvedor de jogos no processo de criação de jogos, utilizando técnicas do Design Participativo a ser apoiada por uma plataforma colaborativa online na qual educadores, crianças Surdas e desenvolvedores de jogos poderão construir jogos coletivamente. Esta vertente tem entre suas fontes as Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil de 2010 e a Base nacional comum curricular de 2017 – ambas inadequadas e insuficientes para a educação bilíngue de surdos, complementadas por trabalhos sobre Ensino da Libras (Felipe, T.A., 2006) e Letramento Bilíngue de Cruz, A. M., Miranda, J., Rossi, H., Maia, M. C., Mojon, Q. H. e Felipe, T.A., 2015); o trabalho sobre design de jogos para crianças surdas de Melonio, A. e Gennari, R. (2013), métodos e técnicas para envolver crianças no design de jogos de Fails, J. A., Guha, M. L., Druin, A. et al. (2013), e o design de jogos de Schell, J. (2019), além das duas dissertações sobre o assunto das quais este trabalho é uma evolução: o framework conceitual e a ferramenta de autoria para a construção de jogos digitais de Canteri, R. d. P. (2019) e a metodologia para a concepção de jogos educativos para crianças surdas de Galvão, L. F. O. (2020).
Também no apoio à Educação Bilíngue de crianças Surdas atua Marta Ferreira, Professora Especialista do Governo do Estado do Amapá e doutoranda que finaliza sua tese, que teve por insumos os resultados da tese de Juliana Bueno e consiste na criação de um AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem) de apoio ao letramento (leitura e escrita críticas) de crianças surdas em Língua Portuguesa escrita.
A profa. Lucineide Rodrigues, que fez conosco o seu mestrado, fez concurso público, é agora professora permanente da UFMS e voltou para seu doutorado conosco, onde está investigando a apropriação de Mapas Conceituais na Educação de Surdos. Mais recentemente, contamos também com Vicente A. Da Conceição Jr, que desenvolve como dissertação um ambiente de jogos em realidade virtual para o mesmo público.
No mesmo projeto mas voltada à educação de crianças e jovens com cegueira, se insere Franciele Beal, professora permanente da UTFPR Campus Dois Vizinhos e doutoranda em fase de finalização da tese, que publicou alguns de seus resultados nas instâncias 2019 e 2020 do SBIE. Também está conosco Jonata Silva, mestrando cuja dissertação consistirá na avaliação de parte dos resultados da tese de Franciele.
Pesquisadoras responsáveis: Laura Sánchez García e Tanya Felipe (INES)