Seminário apresenta eixos de pesquisa da rede multi-laboratorial do NAPI em Segurança Pública e Ciências Forenses

A integração multiprofissional nas pesquisas e nas ações extensionistas em Ciências Forenses foi foco do II Seminário Integrador NAPI Segurança Pública e Ciências Forenses (NAPI SP & CF), realizado no final de março na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). O evento reuniu pesquisadores, profissionais e representantes de diversas instituições nacionais e internacionais para discutir os avanços, desafios e perspectivas das Ciências Forenses no Brasil. Para a professora do Departamento de Química da UFPR e coordenadora geral do NAPI, Caroline Da Ros Montes D’Oca, a atividade reforça o compromisso universitário na construção de políticas públicas inovadoras voltadas à Segurança Pública, especialmente no Paraná. “A implementação do NAPI, em novembro de 2024, consolidou uma rede colaborativa que já desenvolve Ciência, Tecnologia e Inovação em parcerias com os órgãos de segurança do Estado. Agora, estamos aprendendo juntos a transferir este conhecimento para entregas diretas e aplicadas à promoção de Segurança Pública e bem estar de todos os paranaenses”, explica a docente.

Além da apresentação sobre os subprojetos do NAPI, o seminário também contou convidadas especiais, que abordaram aspectos sobre Brand Protection e Product Integrity: Caroline Mendes (Pfizer) e Regina Zamith (Johnson & Johnson) representaram dois gigantes globais em medicamentos e cuidados com a Saúde. As capacitações destacaram estratégias para combater falsificações e proteger a integridade de produtos da área farmacêutica, temas diretamente ligados às atividades do NAPI.

O NAPI SP&CF é uma iniciativa pioneira no Brasil que une universidades públicas paranaenses, como UFPR, UNICENTRO, UEPG e UEM, com o objetivo de otimizar recursos, promover Pesquisa interdisciplinar e fortalecer a extensão acadêmica. Na UFPR, o projeto reúne membros dos Departamentos de Química, Informática, Farmácia e Geologia. O NAPI busca desmistificar as Ciências Forenses, apresentando-as como um campo multidisciplinar que vai além da investigação de crimes contra a vida, abrangendo também fraudes econômicas em setores como alimentos, medicamentos, cosméticos e segurança veicular, dentre outros.

O seminário abordou diretamente as 32 entregas previstas ao longo dos 03 anos de vigência do projeto, bem como a implementação das ferramentas de acompanhamento de cada um dos subprojetos ancorados no NAPI, como caracterização isotópica e físico-química de vestígios forenses para busca de pessoas desaparecidas, uso de humor vítreo como matriz para análises toxicológicas forenses, aplicação de inteligência artificial nas Ciências Forenses, identificação de novas substâncias psicoativas e falsificações em regiões fronteiriças. No evento, o NAPI SP&CF reforçou o compromisso com a disseminação das Ciências Forenses por meio da criação do Museu Brasileiro de Adulterações e Falsificações (MAF) no Paraná – o terceiro do mundo nesse gênero. Esta iniciativa tem data prevista para inaugurar no primeiro trimestre de 2026 e conta com o apoio de parceiros como o Grupo Brasileiro de Proteção às Marcas (BPG), o Instituto de Desenvolvimento de Fronteiras (IDESF) e o Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP)/Ministério da Justiça, dentre outros parceiros nacionais e do estrangeiro.

No todo, o NAPI tem ainda participantes com experiência prévia e expertise na atuação forense e em suas relações com Ciências da Computação, Direito, Engenharia Ambiental, Farmácia, Física, Geofísica, Geologia, Jornalismo, Química, Propriedade Intelectual e Publicidade/Propaganda. A iniciativa é organizada em quatro grandes eixos: formação de recursos humanos, difusão científica, suporte técnico-científico em rede e inovação tecnológica aplicada à segurança pública. “A capacidade de resposta, alcance e fortalecimento das Ciências Forenses se dá através de uma rede forte, comprometida com o objetivo claro de desenvolver ainda mais aquilo que temos no Paraná”, completa a professora Caroline.